Residentes em Hulene clamando por socorro
Residentes nas proximidades da lixeira de Hulene, na Cidade de Maputo, continuam expostas a risco de possível deslizamento de resíduos sólidos. Com o decorrer dos anos, a lixeira tende a ganhar mais altura. Américo Manhique vive a uma distância de cerca de cinco metros da lixeira de Hulene, na capital do país.
Na altura, conseguia ver, a partir das suas casas, residentes e viaturas a passarem pela Avenida Julius Nyerere, mas, actualmente, a altura do lixo já não lhe permite, Américo tem recordações profundas do deslizamento de lixo ocorrido em 2018 que matou 17 pessoas. E mesmo assim, continua a morar na zona e sonha em sair, o mesmo afirma ainda que:
“Com aquela tragédia, algo mudou porque nós não fomos muito afectados devido à distância das nossas casas. Mas exitem residentes os que perderam a vida estavam mesmo perto do lixo. Nós estamos aqui, mas não estamos bem porque, quanto mais chove, a zona fica inundada e podemos ser e também podemos ser atingindo pelo lixo”., disse Américo Manhique.
Há cinco anos, os montes de lixo não ameaçavam tanto as casas. Mas, como a lixeira continua activa, há cada vez mais lixo a chegar próximo, em grandes quantidades, colocando, assim, em risco dezenas de famílias que lá vivem.
Os vestígios das águas das últimas chuvas ainda estão à volta da lixeira, onde há uma enorme vegetação que está a desenvolver-se, chegando até a cortar ruas. “Queremos sair daqui de Hulene; a situação não está boa. Choveu recentemente e água ainda está aqui e vem mais chuva e não sabemos como será”.
“O Governo deve-nos ajudar, deve-nos indemnizar e sairmos daqui. Para mim, só saio com dinheiro, porque eu quero dinheiro”, comentaram duas moradoras que têm seus quintais alagados.